terça-feira, junho 11, 2013

Esses Amores

Já na abertura de Esses Amores, o diretor francês Claude Lelouch deixa claro que o filme é uma homenagem a si próprio e a seus 50 anos de carreira – com 43 filmes realizados. Algo como um filme testamento, embora não de despedida.

Assim, entre o amor e o destino – temas recorrentes na obra do diretor –, vemos muitas referências a filmes e diretores que influenciaram Lelouch, como Marcel Carné e Victor Fleming, além de referências à sua própria obra.

O filme é sobre Ilva (Audrey Dana), uma mulher nascida na primeira metade do século 20, que atravessa guerras e amores sem medo de tabus.

Em torno dela há o destino, que fará com que sua vida cruze com a vida de outros personagens, todos marcados de alguma forma pela guerra.

Entre a tragédia e a facilidade de Ilva em amar, esta mulher colecionará amores, histórias e desventuras através dos anos.

Esses Amores é visivelmente presunçoso. Também o é narrativamente. Perde-se por querer dizer muito dizendo efetivamente pouco.

Na primeira metade, faz uma salada de personagens e referências. Embaralha a História com uma narrativa de excesso e de atropelos.

Sem tempo para que o público crie simpatia pelo drama dos personagens, mesmo os mais fáceis de nos emocionarem – como as vítimas do Holocausto –, as histórias não despertam grandes sentimentos.

O resultado é um filme morno, que fala de paixões, de amores e tragédias sem comover o expectador.

Para piorar, o diretor retarda ao máximo o desfecho final, saltando no tempo e criando uma artificial relação de família e futuras gerações.

Tudo envolvido por uma trilha que se esforça ao máximo em emocionar, mas consegue apenas, de forma constrangedora, desmascarar sua própria intenção de comover.

A impressão que resta no fim é de que o desejo de autocongratulação de Lelouch se mostra como uma remoída pieguice. Absolutamente pobre e insípida.
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Ces amours-là
Claude Lalouch
França, 2010
120 min.


Trailer

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