quinta-feira, agosto 09, 2012

Renovada, Jornada Brasileira de Cinema Silencioso começa sábado


Além da tradicional seleção de filmes mudos, 6ª edição do evento traz feira que remete ao início do século passado


Já incorporada ao calendário cultural da cidade, a Jornada Brasileira de Cinema Silencioso (evento promovido pela Cinemateca Brasileira que exibe filmes do período mudo) chega a seu sexto ano. Do próximo sábado, dia 11, até o dia 19, a jornada abre suas portas com novidades em relação aos anos anteriores.

A principal delas é o Salão das Novidades, atração que ocupará as áreas livres do antigo Matadouro Municipal onde hoje está instalada a Cinemateca. Com atrações circenses de mágica, teatro e figuras “exóticas” – além de exposições e projeções ao ar livre –, a ideia é reproduzir o ambiente das feiras populares e dos teatros de vaudeville.

Esses eventos eram muito comuns entre o fim do século 19 e início do século 20. Foi como uma atração dessas feiras que surgiu o cinema, invento pelo qual seus inventores, os irmãos Lumière, não nutriam grandes expectativas. Achavam que era apenas uma curiosidade tecnológica passageira, sem nenhum futuro.

Na programação de filmes, um diverso panorama sobre a produção cinematográfica pré-sonorização. Com a seleção Cinema Soviético dos Anos 1920: Massas e Poder, a oportunidade de conhecer filmes de diversos gêneros produzidos sob o efeito da Revolução de 1917. Deixando de lado os filmes ícones dessa fase, já bastante conhecidos, o evento apresenta uma seleção que inclui outros nomes fundamentais desse período, como Aleksander Dovjenko (Arsenal) e Lev Kulechov (As Extraordinárias Aventuras de Mr. West no País dos Bolcheviques).

Expressionismo
O cinema expressionista alemão, referência inevitável desse período, está representado no programa Luz e Sombras. Destaque para o clássico O Gabinete do Dr. Caligari, de Robert Wiene, diretor que tem mais dois filmes na programação (As Armas da Juventude e As Mãos de Orlac). Outros destaques são O Gabinete das Figuras de Cera, de Leo Birinsky e Paul Leni; Sombras - Uma Alucinação Noturna, de Arthur Robinson e A Carruagem Fantasma, de Victor Sjöström.

Da produção nacional, o programa Brasil: O Espetáculo de 1922 traz filmes produzidos e estimulados pelas celebrações do centenário da independência. São documentários que exibem a euforia da época, registrando o entusiasmo da modernização e do nacionalismo em feiras, exposições e inaugurações oficiais.

Em paralelo à programação, haverá um curso sobre o cinema soviético dos anos 20, ministrado por François Albera, professor de História e Estética do Cinema na Universidade de Lausanne. Também uma conferência sobre o cinema brasileiro nos anos 20, será realizada dia 12, com a presença de Rielle Navitski, pesquisadora da Universidade de Berkeley, e Eduardo Morettin, professor da ECA/USP.

Todas as atividades são gratuitas.
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Serviço:

VI Jornada Brasileira de Cinema Silencioso
Cinemateca Brasileira
Largo Senador Raul Cardoso, 207
Vila Clementino, São Paulo
Informações: (11) 3512-6111 (ramal 215)
contato@cinemateca.org.br
www.cinemateca.gov.br

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