domingo, junho 19, 2011

Breviário da Semana Nº 04

Um breve semanário.



Estreia

Lobo
Wood Allen, profícuo, chega com Meia Noite em Paris aos cinemas de São Paulo. Uma história sem amarras na realidade que busca o passado para que nos satisfaçamos com o presente e façamos dele, ao menos em nossas vidas, algo melhor. Owen Wilson, de quem nunca gostei muito, me surpreendeu. E a tão falada participação da primeira dama da França, Carla Bruni, me passou despercebida, de tanto que eu estava envolvido na história. Vale muito a pena ver. A crítica completa do Eu, Cinema está aqui.


Em Cartaz

Dos filmes já em cartaz, não vi nada esta semana.


Mostras, Retrospectivas ou DVD

O Homem Errado
Na rapa de tacho do Festival Varilux de Cinema Francês, vi Lobo. Grande potencial épico desperdiçado pela ansiedade de fazê-lo grandioso e intimista ao mesmo tempo. A história de Serguei um jovem membro de uma das tribos nômades que criam renas nas montanhas da Sibéria Oriental. Em conflito com os lobos que atacam seus rebanhos, o rito de passagem para a vida adulta consiste em cuidar do rebanho durante um ano, matando qualquer lobo que apareça. Mas Serguei acaba por criar laços com um punhado de filhotes de loba e passa a ocultá-los dos demais membros da tribo. A montagem se alterna entre um tom grandioso, com amplas paisagens e trilha sonora imponente, e a proximidade de Serguei com os lobos. Não embala em ritmo algum e enfraquece o drama. Cansativo.

Em casa revi Um Corpo que Cai, de esquenta para a Mostra Alfred Hitchcock. Não há muito o que acrescentar ao tanto que já se disse sobre o filme que por muitos é considerado a obra-prima de Hitchcock. Mas em retrospecto liguei o clima do filme com obras que certamente foram influenciadas por ele e só agora faço a conexão. Uma delas são alguns episódios da série televisiva que lançou Bruce Willis ao estrelado, exibida no Brasil como A Gata e o Rato. Será que viajo? Mas certamente não viajo comparando com Dublê de Corpo, de Brian de Palma, que na verdade mistura o voyeurismo de Janela Indiscreta com a fobia e o mistério pincelado de tons sobrenaturais.

Já na Mostra Mundo Árabe de Cinema, vi Mascarados. Uma deliciosa, engraçada e também terna comédia. Girando em torno de desencontros entre um pai de família atrapalhado que quer casar a irmã caçula ainda solteira, seu desejo de uma vida melhor e a descoberta de um romance que desconhecia, o filme tem um ritmo excelente e atuações ótimas. Recomendo muito.

Mascarados
Adentrando a Mostra Hitchcock, vi O Homem Errado, com Henry Fonda. Uma história que tem sua força, lógico, na construção da aflição de ser acusado por um crime não cometido, mas que tem sua maior intensidade na atuação de Fonda. Seu olhar, suas expressões, seu silêncio passivo diante do absurdo são os pilares do filme. Foi só o começo dessa mostra que promete muita coisa boa ainda.
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